quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O sapateiro e od duentes


O sapateiro e os duendes
                Era uma vez um sapateiro que trabalhava duro e era muito honesto. Mas nem assim ele conseguia ganhar o suficiente para viver. Até que, finalmente, tudo o que ele tinha no mundo se foi, exceto  quantidade de couro exata para fazer um par de sapatos. Ele os cortou e deixou preparados para montar no dia seguinte, e deixou preparados para montar no dia seguinte, pretendendo acordar de manhã bem cedo para trabalhar. Apesar de todas as dificuldades, tinha a consciência limpa e o coração leve, por isso foi tranquilamente para a cama deixando seus problemas aos cuidados dos céus, e adormeceu. De manhã cedo, depois de dizer suas orações, preparava-se para fazer seu trabalho, quando, para seu grande espanto, ali estavam os sapatos, já prontos, sobre a mesa. O bom homem não sabia o que dizer ou pensar deste estranho acontecimento. Examinou o acabamento: não havia sequer um ponto falso no serviço todo e era tão bem-feito e preciso que parecia uma perfeita obra de arte.
                Naquele mesmo dia apareceu um cliente e os sapatos agradaram-lhe tanto, que teria pago um preço muito acima do  normal por eles; e o pobre sapateiro, com o dinheiro, comprou couro suficiente para fazer mais dois pares. Naquela noite, cortou o couro e não foi para a cama tarde porque pretendia acordar e começar cedo o trabalho, pois, quando acordou pela manhã, o trabalho já estava acabado. Vieram então compradores que pagaram generosamente por seus produtos, de modo que ele pôde comprar couro suficiente para mais quatro pares. Ele novamente cortou o couro à noite, e encontrou o serviço acabado pela manhã, como antes; e assim foi durante algum tempo: o que era deixado preparado à noite estava sempre pronto ao nascer do dia, e o bom homem prosperou novamente.
                Certa noite, perto do Natal, quando ele e a mulher estavam sentados perto do fogo conversando, ele lhe disse, “Gostaria de ficar observando esta noite para ver quem vem fazer o trabalho por mim”. A esposa gostou da idéia. Eles deixaram, então, uma lâmpada ardendo e se esconderam no canto do quarto, por trás de uma cortina, para observar o que iria acontecer. Quando deu a meia-noite, apareceram dois anõezinhos nus que se sentaram na bancada do sapateiro, pegaram o couro cortando e começaram a preguear com seus dedinhos, costurando, martelando e remendando com tal rapidez que deixaram o sapateiro boquiaberto de admiração; o sapateiro não conseguia despregar os olhos do que via. E assim prosseguiram no trabalho até terminá-lo, deixando os sapatos prontos para o uso em cima da mesa. Isso foi  muito antes do sol nascer; logo depois eles sumiram depressa como um raio.
                No dia seguinte, a esposa disse ao sapateiro, “Esses homenzinhos nos deixaram ricos e devemos ser gratos a eles, prestando-lhes algum serviço em troca. Fico muito chateada de vê-los correndo para cá e para lá como eles fazem, sem nada para cobrir as costas e protegê-los do frio. Sabe do que mais, vou fazer uma camisa para cada um, e um casaco, e um colete, e um par de calças em troca; você fará para cada um deles um par de sapatinhos”.
                A ideia muito agradou o bom sapateiro e, certa noite, quando todas as coisas estavam prontas, eles as puseram sobre a mesa em lugar das peças de trabalho que costumavam deixar cortadas e foram se esconder para observar o que os duendes fariam. Por volta da meia-noite, os anões apareceram e iam sentar-se para fazer o seu trabalho, como de costume, quando viram as roupas colocadas para eles, o que os deixou muito alegres e muito satisfeitos. Vestiram-se, então, num piscar de olhos, dançaram, deram cambalhotas e saltitaram na maior alegria até que finalmente saíram dançando pela porta em direção ao gramado, e o sapateiro nunca mais os viu: mas enquanto vive, tudo correu bem para ele desde aquela época.
                               (Irmãos Grimm. Contos de fadas. Tradução Celso M. Paciornik. São Paulo, Iluminuras, 2002)

De papo com a turma
1. Você descobriu quem ajudou o sapateiro? Conte para os colegas como você pensou para descobrir?
R: Quem ajudou o sapateiro foram dois anõezinhos, que confeccionaram sapatos para eles.

2. É possível saber quando se passa essa história?
R: Não. Como todo conto de fadas, é uma narração atemporal, indicada pela expressão “Era uma vez”.

3. Você conhece outras histórias de duendes?
R: Resposta pessoal

De papo com o texto
1. É possível afirmar que este conto é um conto de fadas porque:
(A) tem a presença de um sapateiro
(B) inicia-se com o era uma vez e tem a presença de duendes
(C) tem um profissional honesto e trabalhador
(D) a presença de duendes e acontecimentos mágicos não fazem parte de um conto de fadas.

2. Os personagens dom texto são:
(A) o sapateiro e a mulher
(B) os duendes e o sapateiro
(C) os duendes e a mulher
(D) o sapateiro, a mulher e dois duendes

3. O lugar onde a história acontece é:
(A) a casa do sapateiro
(B) na floresta
(C) na casa dos duendes
(D) em uma sapataria

4. As características que indicam que o sapateiro era do bem é:
(A) é preguiçoso e desonesto
(B) trabalha muito mas é desonesto
(C) trabalha muito e é honesto
(D) trabalha muito, mas não tem coração puro

5. Como o sapateiro conseguiu comprar o couro?
(A) com o dinheiro da venda do sapato que os duendes fizeram
(B) com o dinheiro da venda sapato ele vez
(C) com o dinheiro da venda dos sapatos que a esposa dele vez
(D) com o dinheiro da venda dos sapatos que a uma loja comprou.

6. O sapateiro e sua esposa descobriram que os duendes os ajudavam na época do:
(A) ano novo
(B) do seu aniversário
(C) nas vésperas do natal 
(D) nas vésperas das férias escolares

7. O que aconteceu com o sapateiro, depois que os anõezinhos de visitá-lo?
(A) tudo correu bem depois que o sapateiro morreu
(B) enquanto viveu, tudo correu bem para o sapateiro
(C) enquanto viveu, tudo correu bem para os anõezinhos
(D) enquanto viveu, tudo correu bem para a esposa do sapateiro

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