sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O novo mundo


O novo mundo
            [...] virou moda na Europa a arte da navegação. É lógico que eu fiquei morrendo de vontade de viajar também. E, assim que eu soube que um tal de Cristóvão Colombo estava partido para as Índias, [...] me mandei para a Espanha.
            Mas, quando cheguei lá, Colombo tinha acabado de sair cm suas três caravelas, Nina, Pinta e Santa Maria. Ainda dava para ver as três embarcações sumindo no horizonte. Foi emocionante! mas eu tinha perdido a viagem! Que pena... Ainda não era dessa vez que eu ia viajar de caravela.
            Oito anos mais tarde, fiquei sabendo que um português chamado Pedro Álvares Cabral estava partindo com outra grande expedição marítima. Ele queria procurar um novo caminho para as Índias. Daí eu falei para mim mesma:
            — Essa chance eu não perco!
            Na mesma hora, [...] me mandei para Lisboa! A frota de Cabral era bem maior que a de Colombo. Tinha dez naus e três caravelas, e mil e duzentos tripulantes. Uma verdadeira cidade flutuante!
            Chegando lá, fui logo me apresentando para um tal de Pero Vaz de Caminha. Ele me achou muito divertida e me convidou para participar da viagem. É claro que eu não vacilei. Arrumei minhas malas e entrei na nau São Pedro imediatamente!
            A frota de Cabral saiu de Lisboa no dia 14 de março de 1500. Teve missa solene no porto e até o rei de Portugal, dom Manuel, foi. E logo as caravelas partiram rumo a imensidão do mar.
            No começo foi tudo muito bem. Todo mundo estava muito animado com a viagem. Então alguns navios se desgarraram da frota e sumiram. Eu olhei para um lado e para outro. Tudo o que se via era água, água, água... Comecei a ficar com um baita medo e pensei: “Onde é que eu fui me meter?”
            [...]
            Então veio a calmaria. Nenhum pio de vento no meio do mar. A gente ficava o dia inteiro sem fazer nada, de mau humor. [...] A gente achava que estava à deriva, no meio do oceano Atlântico. E todo mundo estava com medo de nunca chegar a lugar nenhum. E todo mundo tinha família...
            MAS NÃO! No dia 22 de abril, nós avistamos pássaros voando no meio do mar! Só existem pássaros voando próximos da terra... Então Cabral avistou um monte e berrou:
            — Terra à vista!
            Quando nós olhamos, vimos aquele lugar lindo, cheio de plantas, habitado só por índios. Foi uma grande emoção! A frota de Cabral não tinha chegado às Índias, não! Tinha descoberto o Brasil!
            Fiquei tão maravilhada com tantas belezas que disse para mim mesma:
            — Esse lugar é um paraíso! É aqui que eu quero morara!
            E foi assim que eu resolvi construir o meu próprio castelo e dei a ele p nome de Castelo Rá-Tim-Bum.
(Anna Muylaert. As Memórias de Morgana. São Paulo: Companhia das Letrinhas? Rede Cultura, 1996, p.36-8)
           


Estudo do texto
1. A frota de Cabral partiu:
(A) das índias              (B) de Portugal                 (C) da Espanha                  (D) do Brasil

2. Sabendo que a frota de Cabral partiu 8 anos depois da frota de Colombo, podemos dizer que Colombo seguiu sua viagem no amo de:
(A) 1490                     (B) 1508                       (C) 1.500                           (D) 1492

3. No trecho “Mas, quando cheguei ...”, a palavra sublinhada refere-se à:
(A) Espanha               (B) Portugal                   (C) Índias                (D) porto

4. Em “Tinha dez naus e três caravelas, e mil e duzentos tripulantes”, o numeral destacado pode ser representado por:
(A) 1.020                         (B) 1.200                      (C) 1.002                      (D)2.010

5. Sabendo que Cabral partiu em 14 de março de 1500 e, chegou ao Brasil em 22 de abril de 1500, podemos afirmar que a viagem durou:
(A) 8 semanas               (D) 8 meses                   (C) 8 dias                    (D) 8 anos

6. O que deixou Morgana com medo foi:
(A) a animação da viagem
(B) olhar  para os lados e ver apenas água
(C) não saber onde estava
(D) alguns navios se desgarrarem da frota e sumirem

7. A calmaria preocupava todo mundo porque:
(A) em meio a ela parecia que as naus estavam sem rumo
(B) isso fazia com que soubessem exatamente onde estavam
(C) não se ouvia um pio de vento
(D) ficavam o dia inteiro sem fazer nada

8. Em “é claro que não vacilei”, a palavra em negrito significa que a personagem:
(A) teve dúvidas         
(B) teve medo                 
(C) não teve dúvidas
(D) ficou indecisa

9. A história lida apresenta fatos reais e inventados. Os fatos reais, isto é, aqueles registrados na história do Brasil e do mundo são:
(A) a participação de Morgana, personagem do programa de TV, na viagem da descoberta do Brasil
(B) a construção do castelo Rá-Tim-Bum
(C) as viagens de Colombo e Cabral
(D) a amizade entre Morgana e os tripulantes

10. O texto recebe este título porque:
(A) as terras descobertas por Colombo e Cabral não pertenciam a nenhum dos continentes conhecidos
(B) não encontraram ninguém morando nas terras
(C) o local já era conhecido
(D) as terras já eram habitadas

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